Há 500 anos, Fernão de Magalhães e a Armada das Molucas entraram numa região labiríntica e assustadora, cheia de estreitos, ilhas e grandes baías interiores.
O mentor, organizador e capitão-geral da expedição marítima mais revolucionária da História da Humanidade estava firmemente convencido de que seria por ali a tão desejada passagem do Oceano Atlântico para o outro mar, o então chamado Mar do Sul.
Foi há 500 anos.
Foi no dia 21 de outubro de 1520! Pela frente, acabariam por ter perto de 600 quilómetros para explorar, em condições dificílimas. Eram tais as dificuldades que uma das naus, a “Santo António”, desertou, a 8 de novembro. Mas a persistência, o espírito de sacrifício e o sonho indomável de Fernão de Magalhães levaram-no em frente, desafiando os medos do desconhecido.
E conseguiu. Conseguiu concretizar um grande sonho: a 28 de novembro de 1520, a armada entrou, novamente, no mar aberto, navegando já num outro oceano, “para lá do fim do mundo”. Diz-e que as lágrimas escorreram pelo rosto de Magalhães…
Depois da tempestade, surgia a bonança e as condições náuticas que encontraram eram tão favoráveis que ao navegador só ocorreu um nome para o novo mar – chamou-lhe Oceano Pacífico.
À passagem que tinha acabado de descobrir, dando NOVOS MUNDOS ao mundo, “por mares nunca de antes navegados” (Camões), atribuíram a designação de Canal de Todos-os-Santos. Depressa, porém, os cartógrafos trataram de lhe dar o nome que ficou para a posteridade, imortalizando o seu descobridor – Estreito de Magalhães. Ainda tinham grandes desafios para ultrapassar.
Como o da travessia, pela primeira vez e à primeira tentativa, da imensidão do Oceano Pacífico, até chegarem às longínquas ilhas a que chamaram de São Lázaro e que, uns anos depois, foram designadas de Filipinas. Mas já estava conseguida a primeira grande descoberta da mais extraordinária aventura marítima da história e da ciência, que se tornaria “A Primeira Viagem ao redor do Mundo” (António Pigafetta) em continuidade.
Na Câmara Municipal de Ponte da Barca, esteve a exposição intitulada: ”OLHARES SOBRE MAGALHÃES”, da qual fazem parte trabalhos da autoria de alunos e professores do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca.
O Plano Nacional das Artes em articulação com a disciplina de EVT propôs atividades promotoras do desenvolvimento dos conhecimentos, capacidades e atitudes dos alunos e que possam ir ao encontro dos interesses dos mesmos.
A mostra pretende marcar a data comemorativa dos 500 anos do início da exploração da passagem do que viria a ficar conhecido por Estreito Fernão de Magalhães.
Partindo da expedição épica de Fernão de Magalhães, realizaram-se trabalhos nas disciplinas de EVT, sob coordenação da professora Julieta Mendes, com o objetivo de realçar o espírito empreendedor, a capacidade de realização, o sonho, o engenho e a arte do ser humano.
Os trabalhos da exposição OLHARES SOBRE MAGALHÃES foram concretizados por alunos pertencentes às turmas do 7.º ano do ano passado.
A tela de Fernão de Magalhães faz parte do acervo documental da Biblioteca Escolar do AEPB e é da autoria do professor José Félix, assim como a peça construída para dar título à exposição em questão.
A nau quinhentista foi construída com a colaboração de alguns encarregados de educação da turma 3.º C do ano transato, sob orientação do professor Óscar Sousa, no âmbito do desfile de Carnaval do último ano letivo.
O nosso agradecimento a todos os envolvidos!