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Writer's pictureLucília Oliveira

Comemoração dos 500 anos da viagem de circum-navegação - Fernão de Magalhães

Updated: Apr 4, 2021

Há 500 anos, Fernão de Magalhães e a Armada das Molucas entraram numa região labiríntica e assustadora, cheia de estreitos, ilhas e grandes baías interiores. O mentor, organizador e capitão-geral da expedição marítima mais revolucionária da História da Humanidade estava firmemente convencido de que seria por ali a tão desejada passagem do Oceano Atlântico para o outro mar, o então chamado Mar do Sul.



Foi há 500 anos. Foi no dia 21 de outubro de 1520! Pela frente, acabariam por ter perto de 600 quilómetros para explorar, em c

ondições dificílimas. Eram tais as dificuldades que uma das naus, a “Santo António”, desertou, a 8 de novembro. Mas a persistência, o espírito de sacrifício e o sonho indomável de Fernão de Magalhães levaram-no em frente, desafiando os medos do desconhecido.


E conseguiu. Conseguiu concretizar um grande sonho: a 28 de novembro de 1520, a armada entrou, novamente, no mar aberto, navegando já num outro oceano, “para lá do fim do mundo”. Diz-se que as lágrimas escorreram pelo rosto de Magalhães… Depois da tempestade, surgia a bonança e as condições náuticas que encontraram eram tão favoráveis que ao navegador só ocorreu um nome para o novo mar – chamou-lhe Oceano Pacífico. À passagem que tinha acabado de descobrir, dando NOVOS MUNDOS ao mundo, “por mares nunca de antes navegados” (Camões), atribuíram a designação de Canal de Todos-os-Santos. Depressa, porém, os cartógrafos trataram de lhe dar o nome que ficou para a posteridade, imortalizando o seu descobridor – Estreito de Magalhães. Ainda tinham grandes desafios.

Estreito de Magalhães, o Grande Desafio.Mas ainda tinham grandes desafios pela frente.

Ainda tinham grandes desafios para ultrapassar. Como o da travessia, pela primeira vez e à primeira tentativa, da imensidão do Oceano Pacífico, até chegarem às longínquas ilhas a que chamaram de São Lázaro e que, uns anos depois, foram designadas de Filipinas. Mas já estava conseguida a primeira grande descoberta da mais extraordinária aventura marítima da história e da ciência, que se tornaria “A Primeira Viagem ao redor do Mundo” (António Pigafetta) em continuidade. A viagem mais revolucionária, que provaria em navegação a esfericidade da Terra, já afirmada teoricamente por Pitágoras, há dois mil anos. A viagem que revelaria à Humanidade, de uma forma experimental, a verdadeira dimensão global do planeta que habitamos e que alteraria, para sempre, os limites do conhecimento e redesenharia o “mapa mundi” que ainda hoje usamos. A viagem que conseguiu unir todos os oceanos e provar pela experiência que estes se alargam por uma maior extensão, circundando os continentes. O arrojo da sua aventura épica traduziu-se, de facto, numa notável herança científica, cultural, civilizacional, num valioso património universal, permitindo-nos diferentes OLHARES SOBRE MAGALHÃES. 500 anos depois, o navegador – que tem as suas raízes na antiga Terra da Nóbrega e em São Martinho de Paço Vedro de Magalhães, freguesia-sede da Casa-mãe da linhagem dos Magalhães, cujo sangue lhe corria nas veias – permanece um símbolo unânime de ação, da excelência, do espírito empreendedor, da resiliência, da inovação, da abertura, da globalização, do encontro de culturas e de civilizações, da universalidade. Ele é um herói à escala universal, que uniu povos, abraçou o mundo. Um visionário, que soube “ALIMENTAR SONHOS”! Cf. AREZES, Luís, Fernão de Magalhães – Celebrando o V Centenário da Viagem, 2020.


Livro digital disponível em

https://issuu.com/luisarezes/docs/fern_o_de_magalh_es_- _celebrando_o_v_centen_rio_da, acedido em 04.11.2020.,

FICHA TÉCNICA


Partindo da expedição épica de Fernão de Magalhães, realizaram-se trabalhos nas disciplinas de EVT, sob coordenação da professora Julieta Mendes, com o objetivo de realçar o espírito empreendedor, a capacidade de realização, o sonho, o engenho e a arte do ser humano. Os trabalhos da exposição OLHARES SOBRE MAGALHÃES foram concretizados por alunos pertencentes às turmas do 7.º ano do ano passado. A tela de Fernão de Magalhães faz parte do acervo documental da Biblioteca Escolar do AEPB e é da autoria do professor José Félix, assim como a peça construída para dar título à exposição em questão. A nau quinhentista foi construída com a colaboração de alguns encarregados de educação da turma 3.º C do ano transato, sob orientação do professor Óscar Sousa, no âmbito do desfile de Carnaval do último ano letivo.


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